domingo, 25 de julho de 2010

Poesia Eterna

Alexandre O'Neill

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa! 






Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


António Gedeão

3 comentários:

  1. Bom dia!
    Nem sei o que dizer, diante tanta doçura em palavras.
    Amizade é coisa divina
    Preciosa como um tesouro
    Alegra nossos dias
    Vale muito mais que ouro.
    Tudo aqui é muito belo.
    Tenha uma ótima semana.
    Carinhosamente, Lady.

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  2. Olá amiga(o)! Estive navegando quando, casualmente, encontrei o teu espaço como comentarista de uma postagem que fiz, intitulada "Inocência". Ao aqui chegar, tal foi minha surpresa ao ver és seguidor(a) do nosso humilde espaço. Confesso que procurei bastante e não encontrei nenhum(a) seguidor(a) denominado(a) "Universalista". Gostaria muito de identificá-lo(a) no rol dos meus seguidores.

    Quanto ao post, dois belos poemas, criações de dois grandes autores. Ótima escolha. Parabéns!

    Beijos,

    Furtado.

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