domingo, 8 de novembro de 2009

"Eu e os meus irmãos"



As histórias de luta e sobrevivência dos "órfãos de SIDA" em Moçambique.


O HIV/SIDA é dos maiores flagelos das sociedades contemporâneas, atingindo sobretudo países em que a pobreza é avassaladora. O VIH/SIDA e a pobreza extrema são duas realidades que se potenciam.
Moçambique situa-se entre os oito países do mundo com maior taxa de prevalência estimada de VIH em adultos em idade produtiva. A situação do VIH/SIDA na Província de Gaza é cada vez mais dramática, caracterizando-se por um aumento do número de novas infecções à medida que o tempo vai passando. De acordo com os dados da última ronda de Vigilância Epidemiológica de VIH, em 2007, divulgados pelo Ministério da Saúde, o distrito de Bilene/Macia, pertencente a Gaza, passou a ser afectado pela epidemia com a taxa de prevalência de VIH estimada em 27%.
A experiência das COV’s (Crianças Orfãs e Vulneráveis) varia significativamente entre famílias, comunidades e países. As crianças são indirectamente e directamente afectadas por esta doença. Indirectamente, quando as suas comunidades, e os serviços que essas comunidades fornecem, são levados ao limite pelas consequências da epidemia VIH/SIDA. O VIH/SIDA afecta directamente a criança praticamente todos os aspectos do desenvolvimento infantil. As COV’s estão no mais alto risco de perder a sua formação escolar, o acesso à saúde, de viver em casas com menos segurança alimentar (desnutrição), de apresentarem fraco desenvolvimento físico, ansiedade/depressão e maior exposição ao VIH. Além disso a epidemia reforça a marginalização e a destruição, e coloca os encargos da perda, medo e responsabilidades que geralmente são dos adultos sobre as crianças.
Entre estatísticas, debates, uma infinidade de documentos que se encontram em tudo o que é sítio em relação a esta problemática, nada há como conhecer e entrar na realidade dos protagonistas destas histórias, ver a força que têm todos os dias em que se levantam e não sabem se sequer irão comer para repôr todas as energias que serão gastas nesse dia, não sabem o que será a sua vida ou a dos seus filhos, irmãos, mas as forças para sorrir e lutar por cada dia não se esgotam... "nunca tiveram água ou electricidade, rádio ou televisão"... e há quem eleja como falta capital uma bola de futebol, e quando lhes perguntamos o que lhes faz falta, a resposta é "nada, nada. Só... nada, nada, nada... Está tudo bom, sim..." com um sorriso inspirador.

http://crescerdemaosdadas.blogspot.com/






“Condenados a prisão perpétua”

Isabelinha de 3 anos e Lídia de 8, estão institucionalizadas, foram retiradas aos pais por negligência e abandono. A mãe, mulher de 43 anos, teve 8 filhos, todos em instituições alguns já tiveram filhos que seguiram o mesmo destino. Para a Isabelinha e Lídia havia um casal interessado em ficar com as duas meninas, começou a tratar-se da adopção para estas crianças. A mãe insurgiu-se e em tribunal ficou decidido que as mesmas não seriam adoptadas, privilegiou-se os interesses da mãe. Que interesses são estes que se sobrepõem ao bem-estar, ao direito à educação, a um lar, à felicidade dos próprios filhos e os condena a uma prisão perpétua??? As meninas foram condenadas pelo tribunal e pela própria “mãe”!


Quantas crianças vivem em instituições até serem adultas porque os pais não permitem a adopção mas também nada fazem para ter estas crianças junto de si ou pelo menos visitá-las com frequência demonstrando-lhes que de facto as amam? Que pais são estes que não amando não permitem que os filhos sejam amados por quem quer tomar conta deles???


Que leis são as deste país que privilegiam os interesses dos pais biológicos ao invés de respeitarem e salvaguardarem os da criança???


Que fazem os nossos governantes, os nossos políticos, para quem as batalhas verbais na Assembleia são mais importantes, não se dando ao trabalho de propor leis que protejam estes pequeninos seres?


Senhores políticos, ACORDEM, protejam as nossas crianças revejam-nas nos vossos filhos, netos, e zelem pelos seus interesses!

Universalista

2 comentários:

  1. Infelizmente é "só" mais um caso entre tantos outros... a criança é um ser indefeso não é? Então se é indefeso não se pode defender e assim se vão criando irregularidades atrás umas das outras... Justiça Portuguesa? onde????
    Há justiça sim para aqueles que fogem a ela...

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  2. É verdade, a Carla Buarque (uma das senhoras que comenta no blog da Xaninha) trabalha numa instituição e relata casos como este!

    O da pequenina Alexandra é mediático outros há que só quem trabalha nestas instituições se apercebe da podridão do sistema, e da ignorância e egoísmo dos proprios pais biologicos!

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