terça-feira, 13 de outubro de 2009

Os sapatos...



Numa das minhas viagens diárias, no metro de Lisboa, com a habitual distracção e sonambulismo que nos caracteriza àquela hora da manhã, fixo o olhar nos sapatos do senhor sentado à minha frente.


De repente desperto para aqueles sapatos gastos de tanto uso, o meu olhar sobe para o rosto cansado, corpo gasto nos seus cerca de setenta anos, e revejo-o neste mesmo percurso ao longo da sua vida!


Presto atenção à conversa, trabalho de uma vida por algum dinheiro que permita ter o pão diariamente na mesa mas que não dá descanso, e férias é coisa que não conhece!


Os filhos com trabalho temporário, todos a viver na mesma casa, os netos que estão a estudar precisam de se vestir, calçar e comer como todas as outras crianças. O homem dizia com ar resignado:
  
- É tudo tão caro...uma vida de sacrifício, vida dura!

Estes pequenitos descobrem, desde muito cedo, uma vida onde as desigualdades são tão grandes!

Aqueles sapatos tão gastos tinham  uma história de trabalho, sacrifício, doação. Aqueles sapatos guardavam a história política de um país! 


Universalista

3 comentários:

  1. Obrigada pela sua visita,
    achei seu blog muito inspirador.

    Esta música nos remete a um lugar longínquo, sereno, cheio de paz e acolhedora. Deve ser a sua terrinha. Acertei?

    Visitarei mais vezes

    Um grande abraço

    Julimar

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  2. Passei e deixo...

    O MAR


    Mar...
    O Mar longínquo...
    Onde eu me transporto e me
    transformo...


    O Mar...
    Que eu sentada olho ao longe...


    O Mar...
    Tão sonhador, tão profundo e tão
    distante...


    O Mar...
    Onde as ondas azuis e brancas, deslizam
    suavemente...


    O Mar...
    Que tem tanto amor e tanto mistério...


    O Mar...
    Que leva tudo e tudo devolve...


    O Mar...
    Que me deixa amar o infinito...


    E... que sonha, ama e chora...
    E deixa-me: amar, sonhar e chorar com
    ele...


    LILI LARANJO

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  3. Obrigada Lili Laranjo por ter visitado o meu cantinho e por me ter deixado o Mar!

    Também nasci e vivi em África até aos 29 anos de idade, num país junto ao Índico, e o mar tem sempre em mim um sentimento e emoção muito fortes!

    Obrigada!

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